Jejum intermitente
Jejum intermitente
A estratégia em questão caracteriza-se pela intervenção dietética extrema baseada em períodos alternados de privação alimentar e realimentação à vontade. O corpo humano está bem adaptado a curtos períodos de jejum e ao jejum noturno, porém, alguns indivíduos têm o hábito de realizar períodos de jejum prolongados em função em uma redução de peso associada a possíveis benefícios à saúde. Prática denominada jejum intermitente. Tal forma de alimentação começou a ser evidenciada em muçulmanos por meio do Ramadã, no qual, durante 30 dias consecutivos, alimenta-se apenas no período entre o entardecer e o amanhecer, configurando-se como uma prática não muito recente. Atualmente, diferentes protocolos de jejum intermitente foram criados com variações na duração e frequência do jejum, tais como: Protocolo 16/8 (restrição alimentar de 16h e alimentação, de 2 a 3 refeições, durante as 8h restantes do dia), Dieta 5:2 (jejum feito por dois dias na semana), Eat-stop-eat (jejum de 24h de 1 a 2x/semana), Jejum em dias alternados (alternância entre um dia de jejum e um dia de alimentação), Jejum 24h (jejum durante o dia e uma grande refeição a noite) e o Jejum de 12h (realizado em todos os dias). De acordo com a literatura, a estratégia promove importantes alterações nos níveis de concentração de VLDL, LDL, HDL, colesterol total e triglicerídeos. Alterações nos indicadores hematológicos, glicemia, insulina e resistência à insulina também são reportados por alguns estudos, mas também podem resultar no aumento da proteólise por falta de carboidratos e de lipídeos, gerando problemas hepáticos para o controle metabólico do organismo. O jejum intermitente é eficaz para perda de peso, mas a curto prazo em decorrência da restrição alimentar. Em longo prazo, como toda dieta restritiva, jejuar pode desencadear mecanismos alterados do corpo, podendo gerar, até mesmo, efeito rebote resultando ao ganho de peso. Proporcionando exageros nos momentos de alimentação liberada e compulsões alimentares, contribuindo para a manutenção do efeito sanfona. Além disso, cada indivíduo irá responder diferentemente à prática, por isso, exige cautela. Apesar de apresentar alguns benefícios, é uma estratégia que deve ser controlada e acompanhada por um profissional em todo o período.
Camila P de Toledo
Estudante do curso de nutrição (8o semestre)
Centro Universitário São Camilo
Viviane G. Nascimento
PhD Materno-Infantil
CRN3 6737